Friday, March 31, 2006

Ai de mim que sou romântica...


Tudo indica que o Verão 2007 será romântico...ai, ai... e ainda com nuances dos anos 80 e um suave viés étnico. É como se tudo continuasse como dantes.
As informações são do birô de informações do Senac-SP, que organiza duas vezes por ano um seminário para falar das tendências. Quem participa recebe também um caderno explicando os porquês das pesquisas.

Itens como Memória Romântica, com vestidos brancos em algodão laise; Rota do Sol, de inspiração em viagens e cultura étnica; Coração Jovem, olhando para a rebeldia e movimentos musicais como o rock e o punk; Elegância Moderna, com silhueta clássica e vintage; e Metamorfose 80, apostando nos excessos dos 80's.

Os principais tecidos são linho, seda, algodão e viscose, e as cores básicas, branco, off-white, preto, navy, índigo e vermelho.

Na foto, look romântico do verão 2006 da elegantérrima Chloé, de Paris.

Thursday, March 30, 2006

Febre das ruas


A marca Parresh apostou e acertou em cheio na coleção “romântica-folk” para o verão 2006. É só sair na rua para ver meninas e mulheres independente da idade usando esse estilo para demonstrar feminilidade, sutileza, flores e um ar leve campestre e até bucólica, se a ocasião for noite. A idéia é ficar distante do stress urbano buscando nos crochê, rendas, fitas de cetim e muito bordado, um sentido feminino além do que a vida cotidiana quer permitir.

O romantismo pode ser percebido nos mínimos detalhes. São barrados com aplicações de pedrarias, crochês, aplicações de rendas, tingimentos artesanais, laises e entremeios rendados. Neste verão a marca abusou dos tecidos naturais, como o algodão e a seda e aposta nas estampas florais, nas rendas e nos laises.

A cartela de cores, apesar de muito colorida, está suave dando vez aos tons pastel estão. Caquis e beges contracenam com o lavanda, o verde, o azul madrigal, o rosa pálido e o coral.

Tuesday, March 28, 2006

A luz de Mondino!



Eis um estalo da câmera do fotógrafo-fenômeno Jean-Baptiste Mondino. Esse bom francês é considerado um dos fotógrafos mais importantes da atualidade e um dos mais influentes produtores de vídeos, criador e diretor de inúmeras artes fotográficas para o mundo da moda, da publicidade e do show business (U2, Placebo, Madonna, Missy Elliot, Chemical Brothers).

Sabe aquele clipe fantástico que você sempre quis saber quem era o cara por trás? Eis alguns que talvez refresquem a sua memória. “Justify My Love” da Madonna tem a direção de Mondino, que foi censurado devido às cenas nada católicas de suruba em um hotel. Com “Don’t Tell Me” e Madonna de novo, Mondino se redimiu: as grifes lhe devem louros dos lucros depois que ele fez a moda country voltar com força total.

Quem quer mergulhar em suas obras, adquira o livro “Mondino: Two Much Jean-Baptiste Mondino”, que traz 267 fotos de tudo o que você pode imaginar.

Novas imagens da moda na Casa dos Criadores


O estilista Ivan Aguilar arrasou na 19ª Semana de Moda Casa dos Criadores (segunda, 20/3). Sua coleção masculina foi considerada bem realizada e cheia de surpresas. No começo do desfile imperava a seriedade, tudo cinza. Depois, tudo muda e se torna mais alegre, com roupas coloridas, bermudas listradas e cores vibrantes.
Do meio pro final do desfile, as peças começam a ficar mais claras, brancas, amplas como um lindo casaco acolchoado branco com forro colorido. Ao final uma pequena família de peças vermelhas: bermudas, calças, leggings, com boa proporção e boas misturas.

O segundo dia da 19ª Semana de Moda Casa de Criadores aconteceu sob uma forte chuva que quase paralisou a cidade de São Paulo. Os desfiles, no entanto, aconteceram com sucesso debaixo do Viaduto do Chá, em uma estrutura montada especialmente para o evento.

Quem abriu a noite e também arrancou aplausos calorosos foi o estilista Gustavo Silvestre, que mostrou uma coleção com muita personalidade e informação da moda, trabalhando ícones de moda, alterando suas dimensões. Já Rober Dognani fez um desfile impactante, criando imagens de moda muito fortes. Ele é considerado um estilista de muita personalidade e exuberância. Tudo dele é muito volumoso, com modelagens complexas que reverenciam a alta costura.

Textos complementados por coberturas de desfiles dos sites terra e uol. Na foto, o tal casaco de Ivan Aguilar, que abalou a Casa. Tudo!

Thursday, March 16, 2006

Por que amamos a moda?


Na foto, o sagaz fotógrafo e designer David Lachapelle mete as mãos na rapper Lil Kim envolvida nos símbolos da Louis Vuitton. Bella!

No texto abaixo, considerações junto ao texto de Maria do Carmo Teixeira Rainho, historiadora. Autora de “A cidade e a Moda”. Ed. UnB, 2002.

É claro que muitos consideram a moda um fenômeno menor, fútil ou responsável por estimular o consumo de forma frenética. Mas a moda incomoda também aqueles que vêem nela algo alienante e que não podemos conviver inocentemente com imagens de desfiles, reportagens e programas sobre beleza e estilo.

Olhando a questão de um modo mais abrangente, a moda seria aquela que contempla as mudanças sazonais nas artes plásticas, na arquitetura, na música, na religião etc...
Outros consideram que o que a define são as alterações freqüentes e marcantes no que se caracteriza como a ‘cultura das aparências’, ou seja, tudo aquilo que diz respeito à nossa apresentação pessoal.

O historiador Daniel Roche disse que “a roupa, linguagem do corpo e dos desejos, interessa tanto às pulsões contraditórias e traduz tanto as necessidades através de códigos diversos, que ela acaba tendo um papel muito forte na constituição de uma identidade”.

Ao analisar a moda a partir das inúmeras abordagens que ela proporciona percebemos o quanto o tema é rico e fascinante. Seu tema vem se tornando objeto de desejo da academia mostrando que, longe da aparente futilidade, a moda permite que se reflita de maneira profunda sobre as relações sociais.
A moda reflete a inconstância do mundo.

É, sobretudo, por isso que amamos a moda.

Roupa que esconde. Roupa que mostra.


Qual é a sua identidade?

Preciso pensar em alguma?

Na foto, de cinza e prata, os “príncipes” de Alexandre Herchcovitch trajam armaduras estilizadas no SPFW Coleção masculina de Inverno.



O psicanalista J. C. Flügel, considera que existem três razões principais que levam a humanidade a dedicar energia e interesse ao vestuário: decoração, pudor e proteção.

Para ele, quanto à decoração e ao pudor, nossa atitude em relação às roupas é ambivalente. Ao mesmo tempo em que, por um lado, desejamos nos enfeitar e nos mostrar, por outro, queremos nos esconder, passar desapercebidos, coisas opostas.

Assim, a moda tentaria conciliar duas coisas inconciliáveis: expor e valorizar o físico e, ao mesmo tempo, deixar o pudor em segurança. Por isso, segundo Flügel, a moda tem tentado se manter sempre como um compromisso entre a modéstia e o erotismo.

Nossa atitude em relação à moda também é ambivalente quando se trata especificamente da questão da distinção.

Ao adotar continuamente aquilo que está na moda as classes mais abastadas dão visibilidade ao poder e ao dinheiro que possuem. Como afirma Pierre Bourdieu, aos dominantes “basta-lhes ser o que são para saber o que é preciso ser, isto é, naturalmente distintos daqueles que não podem fazer a economia da busca da distinção”.

Assim, o consumo das roupas da moda se constituiria, conforme Bourdieu, em um capital simbólico, uma vez que as diferenças entre os grupos estão inscritas, antes de tudo, na própria estrutura do espaço social. Para aqueles que são obrigados a fazer a economia da busca da distinção, o desejo constante de se afirmar socialmente leva ao consumo contínuo dos produtos da moda, mantendo estável o mercado que dela se alimenta.

Ou seja, nossa relação com a moda passa por uma necessidade de integração ao grupo a que pertencemos. Mas, ao mesmo tempo, daí a ambivalência, também podemos utilizar a moda para, integrados ao grupo a que pertencemos, exibir nosso estilo pessoal, nossa marca, distinguindo-nos do resto do grupo, sem rompermos radicalmente com ele.

Cabe mencionar que o fato de aderirmos à moda ou repudiá-la traz em si questões mais sutis. A não adoção da moda — que, obviamente está longe de revelar desinteresse pelo tema — muitas vezes não se relaciona a uma impossibilidade econômica de adotá-la, mas a uma necessidade de transgredir a partir do vestuário, transgressão que muitas vezes acaba estimulando tendências e criando novas modas.

É, pelo jeito, não há saída! O desenvolvimento da moda acompanha nossa evolução (palavrinha presunçosa, né?) pessoal e profissional e reflete mudanças culturais e sociais de um povo em diferentes épocas.

Considerações baseadas no texto da historiadora Maria do Carmo Teixeira Rainho.

Quer ler mais? Confira:
Fontes bibliográficas citadas nos textos “Por que amamos a moda?” e "Moda na classe A e B e nas classes C, D, E":
ROCHE, Daniel. História das coisas banais Lisboa: Difel, 1998. p. 2202 LIPOVETSKY, Gilles. O império do efêmero: a moda e seu destino nas sociedades modernas. São Paulo: Cia. das Letras, 1989.3
ROCHE, Daniel. La culture des apparences - une histoire du vetêment XVIIe - XVIIIe siècle. Paris: Fayard, 1989. p. 394
FLUGEL, J. C. Le rêveur nu – de la parure vestimentaire. Paris: Aubier Montaigne, 1982.5
BOURDIEU, Pierre. "Fieldwork in philosophy" em: Coisas ditas. São Paulo: Brasiliense, 1990. p. 23-24

Friday, March 10, 2006

Paixão e ambição, welcome!



Tudo bem que tem gente que não agüenta ouvir falar que arte e moda são namoradinhos de longa data, mas, é preciso admitir que esses dois universos dialogam entre si em vários aspectos. A panela da arte se defende dizendo que se a moda tem em seu fim o consumo, não pode ser considerada arte.

Mas, e o que falar da pintura? Ela está atrelada a fatores sociais e econômicos (lê-se mercado) que legitimam sua sobrevivência. Mas, alguns artistas ainda dizem que a funcionalidade acaba com o caráter artístico de um objeto. Então, a roupa, com suas funções, não seria arte. Mas, na escolha de uma peça de roupa estão envolvidos sentidos, estilos... elementos também despertados por uma obra de arte ao seu observador. Vamos parar de ficar podando as invenções?
Que venham a paixão e a ambição pelo-amor-de-diós!

Na foto, o artista do pano Yves Sant Laurent apresenta seu ode a Mondrian, o artista das telas.

Thursday, March 09, 2006

O futuro do Pretérito


Na foto, a diva Kate Moss, que deixou de se mostrar impecável como modelo e manequim, para se tornar pessoa, assumindo em público a luta contra o vício e a hipocrisia londrina.
O texto abaixo é da jornalista Katiuscia Zanatta pós-graduada em Moda, publica artigos no site santamoda.com.br. Tudo de bom.

A moda pede para serem quebradas todas as barreiras, diz-se moderna, irreverente. Mas pouca coisa do que se vê é uma novidade para olhos que vasculham o inusitado. Na verdade, talvez o pós-moderno na moda seja mesmo essa história de aceitar que tudo já foi feito. Rendas, babados, apliques, néon, corte impecável, cabelo à la garçonne. Os estilos se revezam na passarela, ano após ano.

São as obviedades de um mundo saturado de informação. Todo mundo quer criar o que não existe, e pra isso vasculha o antigo, revira baús. E juram que sai uma coisa nova, "revisitada", com cheiro de modernidade. Mas estou pra ver quem apenas diga criar uma roupa bonita, que tenha a ver com a personalidade e o tempo de alguém e se encaixe em certa ocasião. Porque, na verdade, moda é isso, é tudo um pouco, é o que a gente usa todo dia e é o nada, ao mesmo tempo, que faz o nu. É o retrato de um tempo, pois se junta a informação toda e se constrói uma teia. Nos primórdios do estilismo, a obra era assinada e o que valia era sair por aí com aquela chancela na gola, no punho, nos babados. E gritar pra todo mundo de quem era aquela criação.

Hoje, os estilistas pensam o novo, criam algo diferenciado – porque diferente não existe, certo? Nada se cria, tudo se.... – e a massa sai por aí completamente hype, mas com blusinhas compradas na outlet, na loja de fábrica, na rua do comércio. Se antes era chique ter a peça genuína, hoje é melhor ainda conseguir estar na moda sem gastar muito. E mais, hoje, somos estilistas de nós mesmos.

Perguntando a uma menina que usava um cachecol de lã em pleno verão de São Paulo 40 graus, fui surpreendida com um "faz parte do meu estilo, eu quero ser diferente". É claro, depois que a roupa desfilou pela rua estreita da passarela, ficou obsoleta! Já era! Passou!

A moda dá de ombros para o relógio e o calendário. Na verdade, vendo aquela gente toda correndo de um lado para o outro, aprontando peças, armando cenários, criando máscaras, me parece que hoje a moda é a própria engrenagem do tempo. Ela acelera o mundo. Será?

O próprio Herchcovich, ao ser questionado sobre a coleção que mostrou no SPFW, disse: o inverno já passou, agora estou pensando no verão 2005. Lá na frente é que está o barco. E nesse mundo em que vivemos em busca de mais tempo, de aproveitar melhor o momento pra se pensar que viveu mais, a moda ousa fingir que não há tempo pra nada, e que ele, nesse instante, já passou.

E os estilistas aceitam um novo papel, o de costureiros da teia de informações de seu tempo – escolhendo os matizes com que se vai pintar uma geração. De resto, é pensar na próxima coleção. Dá uma certa euforia ver aquela gente toda no evento de inverno perguntando: "você sabe o que vai ser do verão?". Que venha o inevitável futuro do aqui e agora.

Wednesday, March 08, 2006

Ser pretensioso é cafona



Com essa frase a jornalista Erika Palomino abre a edição número 1 da nova revista de moda que circula no País: KEY. Com um tamanho maior que o habitual, quase 200 páginas, a new magazine quer refletir a moda, suas mudanças, produções de passarela, mercado brasileiro e principalmente a criatividade de todos os profissionais que circundam nesse nicho, que não é mais gueto e em alguns momentos ganha até contornos de paixão nacional.

“Queremos que a moda faça coisas diferentes e a revista é campo receptivo é fértil para os que estão nesse caminho. Tendo como únicas exigências a criatividade e a incessante busca pelo único.Tudo isso sem presunção. Achamos cafona ser pretensioso. Queremos ter, antes de tudo, diversão e prazer porque quem trabalha com moda, tem paixão pelo o que faz”, afirma a jornalista ex-Folha de São Paulo, no editorial.

O resultado ficou superlegal, o espaço é pequeno para falar. Tem vários ensaios de tirar o fôlego e é realmente um trabalho autoral e independente, que privilegia mais a tentativa do que o êxito. Érika avisa também que as análises serão voltadas exclusivamente para o mercado brasileiro, apontando o que vai pegar e o que é relevante à indústria no país. A revista sai quatro vezes por ano. Em abril, tem mais. R$ 35, nas bancas.

Na foto, Érika na noite do lançamento ao lado de João Marcelo Bôscoli e André Szajman, a dupla da Trama.

Sempre teremos... Paris?


Parece que sim, pelo menos, se depender de ousadia. A última da cidade-luz está bombando na mídia.
Os organizadores da última semana de moda da capital francesa simplesmente deixaram de lado os clássicos palcos de desfiles para traçar novas locações para a alta costura.

Carrossel do Louvre, Teatro Moulin Rouge, Pompidou, Sorbonne e até o Convento de Cordeliers, que dizem que ninguém gosta de visitar. Durante oito dias, esses e outros pontos turísticos viraram cenário para marcas pra lá de famosas apresentarem suas coleções do próximo inverno europeu. Ai que vontade de sentir frio!

Imagine o povo se engalfinhando pra conseguir lugar! Só pra ter uma noção, a Chanel e a Dior acomodaram mais de duas mil pessoas no Grand Palais, construção no centro de Paris, imponente, com detalhes dourados, pé direito altíssimo e teto de vidro. Uma versão menor - como o próprio nome sugere -, o Petit Palais, exatamente ao lado, foi o lugar escolhido pela Louis Vuitton para encerrar o evento no último domingo (5/3).
Na foto, o interior do Teatro Moulin Rouge, um dos mais requisitados pelo povo fashionista. Aconchegante é pouco , não?

Casada aos 12, mãe aos 13 e viúva aos 21


Elza Soares é uma das três maiores estilistas da música brasileira. Uso a palavra “estilista” propositalmente para definir uma pessoa que criou sua marca assim como Ângela Maria e Elis Regina, cada uma no seu estilo.

Valente e destemida, Elza é cantora marginal que sempre viveu de arte num eterno off-side como se tivesse pedindo licença para existir. Começou cantarolando para espantar a tristeza. Depois, sua alternativa foi dar certo como cantora ou assumir de vez a condição de mendinga.

Casada aos 12, mãe aos 13 e viúva aos 21, sua vida foi de moradora de favela ao lado dos seresteiros cariocas, com quem aprendeu a cantar. O "Dia da Mulher" de hoje, lembra Elza.

A foto mostra a cantora toda-toda no Vitória Fashion Days, desfilando para Lei Básica, na coleção supercolorida Verão 2005 “Te Espero no Final de Semana”, de Ronaldo Fraga. Foi minha primeira experiência em assistir desfiles e acompanhar um pouco mais de perto a agitação dos bastidores do mundinho. E foi a primeira vez que vi Elza. Era junho de 2004.

Baixinha, invocada e extremamente carinhosa com todos, cantou divinamente ao vivo durante o desfile vários sucessos, incluindo “Vamos Amar”, de Chico Buarque. Não resisti e levei minha mãe para conhecê-la no ensaio do desfile e elas bateram o maior papo! Tudo!
A coleção da Lei Básica trouxe inspiração dos anos 50 e 70 com toques de anos 60. Numa conversa rapidex com Ronaldo Fraga (agitadíssimo) no backstage, ele disse que as estampas florais, com desenhos de sorvetes, frutas e muita cor quis passar uma idéia otimista da vida: “pensei em situações prosaicas, como um banho de mangueira, receber os amigos na laje, momentos tão puros e que estão se tornando tão caros, pois as pessoas não têm mais tempo, a violência nas ruas, tudo isso atrapalha essa convivência”.
Beijos para Tati e Rodrigo que mirabolicamente fizeram de tudo para o Vitória Fashion Days sair bem na foto, ou melhor, na TV.

Tuesday, March 07, 2006

"Giorgio... eu tive um sonho"


“Sonhei que eu era um anjo elegante no inferno...” Baleiro

Estamos no balé da moda. O balé é base para a dança. Um dos passos mais famosos no mundo da moda é italiano: Giorgio Armani. Em sua coleção de inverno apresentada há poucos dias, em Milão, ele mostrou que não está chato e monótono, como diziam no ano passado.

Seu set mostra que o frio não chama apenas o aconchego do pretinho básico. O inverno quer cores! E elas podem ter a companhia de tons escuros, como nessa peça da foto. Mas, o casaquinho apenas protege o corpo de quem sai de uma festa de arromba, arrasando com esse rosa neon-pink corajoso. A sandália roxa é tudo, não? Pena não poder postar mais fotos aqui!

Armani é médico e começou a trabalhar com moda apenas aos 30 anos, como vitrinista de loja. Fundou sua grife em 1975 e costumava ralar até 3 horas da manhã. Hoje administra 267 lojas em 35 países, sendo três lojas no Brasil, em Sampa.

“É importante não ser prisioneiro da moda, porque ela muda a cada temporada. Mas, é fundamental ter estilo e ser fiel a ele. É uma enorme prisão porque é divertido revirar tudo, mas, se agisse assim, estaria traindo minha cliente”, diz o discípulo de Cerruti, nas últimas férias no Brasil, em entrevista à Revista Época.

Ao relembrar os raros fracassos, Giorgio lamenta apenas não ter conseguido impedir a morte de seu companheiro de vida, Sergio Galeotti, vítima da Aids.
Mesmo antes de conhecer Galeotti, Armani participava de muitas campanhas para arrecadar fundos em favor da África, das vítimas da Aids, da tuberculose e da malária. Hoje, ao lado do amigo Bono Vox, as campanhas se intensificaram. Tudo de bom.

A linha e o linho


"A roupa mais bonita para vestir uma mulher são os braços do homem que ela ama. Para as que não tiveram essa felicidade, eu estou aqui”, disse Laurent.
Coloque suas guias, rode a saia e abra a roda! O blog começa seus devaneios com uma rápida definição sobre o audacioso e contestador talento do discípulo de Dior: Yves Saint Laurent, nascido em 1936, na Argélia. Foi para Paris no final dos anos 50 e é reconhecido como um dos nomes mais importantes da alta-costura do século 20. São mais de 40 anos de carreira, mais de 70 coleções e uma infinidade de produtos que levam sua marca, vendidos em toda parte do mundo.

Em 2002 o estilista deixou o mundo da moda, anunciou sua aposentadoria e apresentou seu último desfile numa retrospectiva de suas criações - um show de elegância e o fim do glamour que a era YSL emprestava à alta-costura. Hoje, mora em Paris, curte a vida viajando pelo mundo e cuidando de sua saúde. Nada mal, né? Na foto, a lembrança da polêmica de 1966, "le smoking" feminino, que evoca decisão e independência da mulher ocidental. E de cabelinho curtinho, à la garçonne!